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A calma que os pássaros trazem para àqueles que os observam

O verbo passarinhar é originário do termo inglês “birdwatching”, contempla a visualização, o registro e a catalogação de aves avistadas em trilhas, florestas, parques e até mesmo no quintal de casa.

A atividade surgiu na Inglaterra no século 18, e era praticada inicialmente por pesquisadores e naturalistas. Atualmente é praticada por amadores também, adultos e até crianças, principalmente por sua capacidade de combater a ansiedade e a depressão, estimular os sentidos e conectar o ser humano com sua essência natural. E assim surgiu a Passarinhoterapia – terapia através da observação de aves.

Além de aproximar adultos e crianças da natureza, passarinhar também faz bem para a saúde do Planeta, porque as pessoas que observam aves tendem a se interessar e admirar a natureza e, conseuqnetemente, se dedicam mais à conservação da biodiversidade

Aproximar-se do meio ambiente é uma forma de perceber o mundo e de se fazer protegido por ele. Quem se dedica à atividade não demora a descobrir que passarinhar é praticamente um estado de espírito que transforma qualquer momento ao ar livre em uma experiência de interação com a natureza. Nessa lógica, atividades como a observação de aves podem mudar os rumos do planeta.

De acordo com um estudo realizado em 2017 no Reino Unido, por Daniel Cox, na Universidade de Exeter, as pessoas que vivem em bairros arborizados, com mais pássaros, são menos propensas a sofrer de depressão, ansiedade e estresse.

O estudo analisou a saúde mental em mais de 270 pessoas de diferentes idades, rendimentos e etnias e chegou a conclusão de que as mais saudáveis mentalmente são as que vivem mais distantes dos grandes centros urbanos, com mais natureza em volta e animais, especificamente, os pássaros! Além disso, ao passarinhar, o observador aumenta sua capacidade de atenção e estimula sentidos, como audição e visão.

Apesar da baixa capacidade que a grande maioria das pessoas têm de identificar a espécie das aves, o que importa é que o simples canto dos pássaros pode fazer surgir em nós, imediatamente, uma sensação de paz e bem estar.Estar diante da observação gera também inspiração para compor e escrever, estreitar laços de amizade e conhecer mais sobre as espécies que vivem à nossa volta.

Segundo o autor do estudo, “Este estudo começa a mostrar que existem alguns componentes chave na natureza que desempenham um papel fundamental para o nosso bem-estar mental”.

No Brasil, cada vez mais pessoas vêm se dedicando à prática do passarinhar, muitas vezes no prórpio quintal de casa. A prática já mobiliza cerca de 30 mil brasileiros, segundo a organização Conservação Internacional.

Das 10 mil espécies de aves existentes no mundo, cerca de 20% vivem no território brasileiro, o equivalente a 1.919 espécies; ressaltando que cerca de 250 são vistas apenas em terras brasileiras. A Mata Atlântica, bioma localizado predominantemente na costa brasileira, reúne 45% das espécies de aves presentes no País.

A diversidade de espécies atrai inclusive estrangeiros para a observação no País, pois muitas dessas aves também podem ser observadas nos centros urbanos. Um grande exemplo é a cidade de São Paulo, que mesmo sendo a 14ª cidade mais globalizada do mundo abriga pelo menos 450 espécies de aves.

Se você se interessou pela prática, saiba que para observar aves é preciso paciência e disposição. No início, os registros podem ser feitos com o celular e a olho nu, mas os binóculos são equipamentos que se tornam fundamentais com o tempo. Também ajudará o uso de trajes adequados e confortáveis para o contato com a natureza, preferencialmente de cores camufladas para evitar que os pássaros dispersem.

As primeiras horas da manhã e o final da tarde são os horários de maior atividade das aves, embora algumas espécies tenham hábitos diferentes. Também é importante ficar em silêncio e manter certa distância para não assustar as aves.

 

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